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domingo, 18 de março de 2012

Leão de Asas (Eu mesmo, aos 19 anos)



O sol se esvanece no seu íntimo noturno
Seus lábios são as nuvens de um céu material
Seus beijos em aspas me tornam infiel ao sabor do vinho
O vinho derramado no chão


Deitada tua alma nua
Amando o meu corpo físico
Uma lágrima simples chorando
No espaço ao redor de um círculo

Numa pira a tocha se inflama
Erupção queimando a certeza
O cio valente de um poder escasso
Aço rente ao rio sem cor
Como o descanso de uma reação espontânea...

Um grito de agonia e tiros
A benção de um recém nascido
O olhar de um cachorro triste
Alpiste... pra um Leão de Asas

Num cenário de nomes vazios e ruínas belas
Nosso gozo mútuo nos ressuscita
Meu sêmen em ti, nos imortaliza

Sou o astro-rei do seu íntimo amanhecido
Sou habitante do teu olhar narcisista
Me apresento no seu desejo de me ter

Em que direção você voa?
Em que direção você voa?

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