Páginas

sexta-feira, 7 de maio de 2010

07 de maio

Em um 07 de Maio (1945), a Alemanha assinou sua rendição junto aos aliados, pondo fim à II Guerra Mundial.

Hitler, uma semana antes, havia se suicidado.

O Mundo respirava.

"Patriotas sempre falam sobre morrer por seu país, nunca sobre matar por seu país."

Bertrand Russell

"Na paz filhos enterram seus pais. Na guerra pais enterram seu filhos."

Heródoto

quinta-feira, 6 de maio de 2010

06 de Maio

"Para adornar-te, para vestir-te,para fazer-te mais preciosa, o mar dá as suas pérolas, a terra o seu ouro, os jardins as suas flores."

Rabindranath Tagore, que nasceu em um 06 de Maio.

Humildade - Darcy Ribeiro

Do livro "O Melho do Roda Viva", organzado pelo Paulo Markun.

Entrevista com o Antropólogo e Professor Darcy Ribeiro, em 20/06/88.

Pergunta feita por Wiliam Waack, então no Jornal da Tarde:

- "O Senhor é descrito pelos seus amigos como megalomaníaco. Como um fabricante de sonhos. Como é que anda o seu ego, depois que o senhor perdeu uma eleição no Rio?".

Resposta de Darcy:

- "Meu querido! Eu estou querendo é ser elogiado, eu gosto que me elogiem. Cada um de vocês que quiser me elogiar, me elogie, porque eu preciso disso. Eu acho que é uma debilidade minha. Ao contrário de você, que não precisa de elogios, eu sou carente, eu preciso de amor, eu preciso de carinho, de elogios, e não poupem isso não, porque eu sou realmente carente. O que parece megalomania não é. É vontade de ser apoiado, ser compreendido. É carência. Eu sou um carente."

Luiz Tasso Neto - Coordenador de Jornalismo da Rádio Jovem Pan

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Locutor e jornalista Cyro César sobre a rádio Jovem Pan

Trabalho sobre o jornalismo da Rádio Jovem Pan

Vou colocar "os melhores momentos" do trabalho que desenvolvi sobre o Jornal da Manhã, programa jornalístico realizado pela Jovem Pan.

INTRODUÇÃO

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo

Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura.”

Fernando Pessoa



A megalópole paulistana já há muito deixou de ser uma aldeia.

Ou talvez seja, justamente, a conjunção de centenas, milhares de aldeias, cada uma com suas singularidades, mas que se pluralizam, devido aos seus inter-relacionamentos contínuos, de suas alegrias e agruras cotidianas.

Para enxergá-la bem, é preciso ter olhos que vejam o seu micro-cosmo – cada pequena aldeinha e cada indivíduo que a forma -, e igualmente, o todo e as suas associações contidas num espaço cada vez maior, o macro-cosmo.

Para enxergá-la bem mesmo, em seu interior e exterior, talvez seja preciso recorrer a outro de nossos sentidos, como a audição, o ouvir.

Escutá-la e trazer a sua miríade de vozes, consonantes ou dissonantes, mas sempre importantes, para quantos ouvidos puderem sintonizá-las.

Tecer assim, uma teia, onde conhecemos e somos conhecidos.

Conhecemos melhor, através da comunicação, a comum ação, nossa aldeia, nossa cidade, nosso mundo.

E por conhecê-lo melhor, podemos atuar nele aperfeiçoando pensamentos e atitudes, fazendo assim, de cada aldeia, de cada mundo, um lugar melhor.

O Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, atua como mediador entre o indivíduo, a sociedade e as administrações públicas.

É um espaço para o exercício da cidadania.

Contribui para um mundo melhor através do seu trabalho, sua missão de informar com credibilidade e prestar serviços à população, formando opinião com responsabilidade e discernimento.

Criando laços de parceria com o ouvinte, como a um amigo que se quer estar sempre junto, no trabalho, em casa, no trânsito, no passeio ou nos caminhos entre um e outro desses lugares.

Um trabalho árduo, de formiguinha muitas vezes, como um repórter atrás de uma notícia, ou de águia, como o helicóptero que sobrevoa a cidade em busca de uma visão maior para auxiliar aqueles que estão lá embaixo.

De acordar cedo e dormir tarde, ou, às vezes, nem dormir.

De se informar e se enriquecer cultural e intelectualmente, para estender automaticamente estes benefícios a quem (ouvinte) lhe concede o sagrado ato de lhe ouvir, de lhe confiar a sua atenção.

Trabalho de expor pontos de vista certos e equivocados, para discuti-los, debatê-los e crescer, às vezes com a razão, às vezes com a falta dela.

As várias vozes do Jornal da Manhã, cúmplices de momentos que ficarão marcados para sempre na história do mundo e na de cada um, acompanham milhares de paulistas, paulistanos e brasileiros há 38 anos.

Neste período, crianças tornaram-se adultos,

Filhos tornaram-se pais, alguns até avós...

Estados tornaram-se nações, e nações deixaram de existir;

Muros quedaram-se como em Berlim e levantaram-se como na fronteira de Israel com a Cisjordânia;

A moeda (símbolo da troca) trocou muitas vezes de nome em nosso país, que também trocou seus valores, principalmente através da liberdade de expressão e de imprensa;

Cantores e artistas encantaram e divertiram, ofertando ludicidade à dureza do dia-a-dia.

Medicamentos e tratamentos foram criados, quem sabe para aproveitarmos mais de toda essa ludicidade...

O Homem, que já havia pisado na Lua, teve que voltar seus olhos para seu próprio habitat e talvez tenha aprendido que o “grande passo para a humanidade” talvez seja cuidar melhor de sua própria casa antes de sair a visitar as alheias...

O Jornal da Manhã, de sua casa, a cidade de São Paulo, fala para cada vez mais pessoas no país e no mundo, pela comunicação através da Internet, a rede que faz o papel de interligar todos a tudo, o tempo todo, unindo continentes.

E a Jovem Pan, no matrimônio perfeito da tradição com a modernidade, vive junto essa união, exatamente do tamanho da sua altura, quase como uma “Jovem PanGeia”.

terça-feira, 4 de maio de 2010

03 de Maio – Dia Internacional da Liberdade de Imprensa

É claro que, devido a momentos sombrios da história humana, quando o natural direito de se comunicar esteve cerceado, 03 de maio é uma data a ser muito comemorada.

Mas também não deixa de ser incrível que tenhamos que festejar algo tão intrínseco e inerente a todo ser humano: a capacidade de pensar, sentir e expressar individualmente sua impressão do mundo e da vida, assim como não precisamos celebrar o ar, a chuva ou os raios do sol, fenômenos que, às vezes nem notamos, de tão frequentes e naturais.

Teorias de conspirações à parte, por mais que hoje tenhamos um sem número de interesses políticos e/ou comerciais sempre a espreita, quando não no interior de todo o panteão jornalístico, é inegável que vivemos em um tempo em que exercemos de maneira efetiva, nossa liberdade de expressão.

A ponto de parecer absurdamente esdrúxula a ideia de não tê-la.

Como alguém pode pensar em proibir outro alguém de falar, de cantar, de compor, de dançar, etc.?

Como alguém pode prender, torturar e até matar, extinguir da existência, um outro alguém porque este pensa diferente do status quo, e comunica essa diferença àqueles que também são diferentes já em seu íntimo e por isso o ouvem, o leem, o assistem?

Em nome do que?

Do poder?

Do dinheiro?

É como se a Idade Média, conhecida como Idade das Trevas, se manifestasse em outras épocas, além daquela em que recebeu a referida alcunha.

A Ditadura brasileira (e outras mundo afora) foi uma dessas manifestações.

A Censura foi uma forma de escuridão.

Coincidentemente – a não ser que tenha sido obra de algum jornalista extremamente ardiloso -, no dia 03 de maio também comemora-se o Dia Internacional do Sol, o doador máximo da Luz.

Sim, não é maluquice de algum político brasileiro qualquer que não tenha trabalho melhor a fazer.

É data internacional, como disse uma amiga, porque nasce pra todos...

Que o Sol da Liberdade então, ilumine a todos, inclusive, a Imprensa.

Entrevista com José Armando Vanucci, Rádio Jovem Pan

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Motivação de Senna

Lendo um dos volumes do livro “O melhor do Roda Viva”, programa de entrevistas da TV Cultura que vai ao ar desde 1986.

De cara, na primeira entrevista, uma pérola sobre motivação, do piloto Ayrton Senna (entrevista concedida antes de conquistar seu primeiro título da categoria).

Sobre seu período de treinamento físico antes da temporada, em que necessitava correr de 7 a 8 quilômetros por dia e, chegando na metade do percurso “já estava pedindo água”, Ayrton destaca que o elemento psicológico que o impulsionava a seguir em frente, era a lembrança de que tinha uma equipe de até 300 pessoas trabalhando para ele em seu carro, e que haveria uma hora que todo o trabalho despendido por essa equipe dependeria do seu desempenho, daí a importância da qualidade de sua preparação.

O Trabalho, de Khalil Gibran (atrasado do dia primeiro...)

Vós trabalhais a fim de acompanhardes o ritmo da terra e de sua alma.

Pois, ao permanecerdes ociosos, vós vos converteis em estranhos dentro das estações, e desviai-vos da procissão da Vida, a qual marcha com excelência e altivez rumo ao infinito.

Quando trabalhais, vós sois uma flauta; por meio de cujo coração o sussurro das horas transforma-se em música.

Quem dentre vós gostaríeis de ser um bambu, embotado e sem som, quando todos mais cantam juntos em uníssono?

Sempre vos disseram que o trabalho é uma maldição, e o labor um infortúnio.

Mas eu vos digo que quando trabalhais, vós realizais uma porção do sonho derradeiro da Vida, a qual vos foi incumbida quando este sonho nasceu,

E ao ocuparde-vos com o labor, estais de fato amando a Vida,

E amar a Vida através do Trabalho é familiarizar-se com seu segredo mais íntimo.

Porém, se em vosso sofrimento chamardes ao nascimento uma aflição, e ao suporte de vossa carne uma maldição inscrita em vossa fronte, então eu vos digo que o suor de vossa fronte apagará o que está inscrito.

Foi-vos dito também que a Vida é feita de trevas, e em vossa fadiga vós repetis o que vos foi dito pelos fatigados.

E eu vos digo que a Vida de fato é feita de trevas,

salvo quando há Vontade,

E toda Vontade é irracional,

salvo quando há Sabedoria,

E toda Sabedoria é vã,

salvo quando há Trabalho,

E todo Trabalho é vazio,

salvo quando há Amor;

E quando vós trabalhais com Amor, vós vos ligais a vós mesmos, e uns aos outros, e a Deus.

E o que é trabalhar com Amor?

É tecerdes a roupa com fios extraídos de vosso Coração,

como se a pessoa amada fosse usá-la.

É construirdes uma casa com afeição,

como se a pessoa amada fosse ali habitar.

É plantardes as sementes com ternura e regardes a colheita com alegria,

como se a pessoa amada fosse colher dos frutos.

É infundirdes em tudo que fazeis um alento de vosso próprio espírito.

Com freqüência tenho vos ouvido dizer, como se falásseis dormindo....” aquele que torneia o mármore e encontra a forma de sua própria alma na pedra, é homem mais nobre do que aquele que lavra o solo...”

...e aquele que apreende o arco-íris, a fim de estampá-lo sobre um tecido com as formas do homem, é melhor do que aquele que faz as sandálias para nossos pés...”

Mas eu vos digo, não em sono, mas na plena vigilância do meio-dia, que o Vento não fala mais amavelmente ao gigantesco carvalho do que a mais ínfima folha de relva;

E é dileto apenas aquele que, por meio do seu próprio Amor, transforma a voz do Vento em uma Canção ainda mais amável.


O Trabalho é o Amor feito visível.


E se vós sois incapazes de trabalhar com Amor, e só o fazeis com desgosto, é melhor que abandoneis vosso Trabalho e sentai-vos à entrada do Templo, pedindo esmolas àqueles que trabalham com Alegria.

Pois, se vós assais o Pão com indiferença,

vós assais um pão amargo, que saciará apenas metade da fome do homem.

E se vós espremeis as uvas com má vontade,

vossa má vontade destila um veneno no Vinho.

E se vós cantais como os Anjos, e não amais vosso Cantar,

vós tapais os ouvidos do Homem para as vozes do Dia e para as vozes da Noite.

domingo, 2 de maio de 2010

Entrevista cantora Flávia Wenceslau

Flavia Wenceslau generosamente concedeu ao TudoZen esta entrevista , numa madrugada, em meio às gravações de seu terceiro cd, Saia de Retalho, que será lançado em 2010.

Os anteriores, Agora e Quase Primavera, se destacaram no cenário musical pela autenticidade e magnetismo de suas letras e de sua interpretação.

Cantando com o coração vibrante músicas que expressam suas emoções, vivências e sentimentos, sua voz vai ecoando em um número cada vez maior de fãs e admiradores.

Conheça, então, um pouco dessa “Paraibana Universal”, verdadeira força da natureza em forma de música!

TZ: Você tem ligação com alguma forma de religiosidade, alguma filosofia de auto-conhecimento?

FW: Eu sou espírita, sempre tive uma busca espiritual.
Meu pai era evangélico, então na infância eu já recebi dele uma orientação no sentido de buscar algo maior, que dê sentido às nossas emoções e existência. Na adolescência, frequentei algum tempo o centro espírita kardecista, o que me fez muito bem na época, e hoje em dia faço parte de um centro espírita beneficente que se chama União do Vegetal.

TZ: O que você guarda de lembranças e aprendizado de suas apresentações em bares e restaurantes?

FW: O aprendizado importante é saber lidar com o público, com gostos diferentes, aprendi a cantar muita coisa difícil em termos de ritmos e divisões melódicas, o repertório tinha de tudo, então acredito que alguma técnica eu tenha conseguido no exercício de cantar de tudo um pouco; aprendi cantar pra ninguém e pra muita gente com a mesma perseverança e emoção, e outras coisas que contribuíram bem para o meu crescimento e descoberta daquilo que eu quero e gosto realmente de cantar hoje em dia.

TZ: Quando e como você descobriu que era uma cantora e compositora?

FW: Meu pai era músico e me incentivou muito, principalmente na infância, que foi a época onde tivemos mais contato de convivência; e meu irmão mais velho cantava em uma banda que foi onde comecei profissionalmente com 13, 14 anos.
Já compor, eu comecei depois de adulta, a partir da necessidade de expressar a minha maneira de sentir os acontecimentos da minha vida, as pedras do caminho, as alegrias, as minhas esperanças e sonhos, nunca tive pretensão de ser chamada de compositora; fiquei muito insegura de gravar meu primeiro disco com as minhas canções, achava que talvez não fosse dar muito ibope, porque eu escrevo muito sobre o que acontece comigo e hoje em dia descubro que as histórias de todas as pessoas às vezes são muito parecidas, nos nossos anseios e buscas, somos uma só humanidade, moramos em um só planeta e acredito que em algum nível de consciência somos um, embora ainda não estejamos nessa plenitude e embora as coisas e pessoas ainda sejam tão diferentes.

TZ: Quais foram e quais são suas maiores influências musicais ? e de vida?

Fw: Eu sou paraibana, então meus primeiros referenciais são os artistas que eu tive oportunidade de conhecer o trabalho na adolescência, quando faziam shows na Paraíba, como Zé Ramalho, um artista que admiro e me emocionou profundamente com a força da história dele, Elba Ramalho, Marinês, Maria Bethânia, Marisa Monte, Belchior, música boa brasileira de uma forma geral é meu referencial profissionalmente.
E de vida, eu cito meu pai, um homem que era muito sincero naquilo em que acreditava, correto, trabalhador e desapegado de ostentações banais.

TZ: Como é o seu dia a dia...é inteiramente dedicado à música?

FW:Quando não estou viajando, cuido das coisas de casa, pago contas, arrumo meu quarto, levo o carro pra lavar, vou ao mercado, chamo o cara que conserta a antena, visito amigos, faço as coisas simples que todo mundo faz mesmo, sou muito caseira, então, entre uma coisa e outra é que paro pra me concentrar e escrever, mas não é todo dia que escrevo, eu espero sentir saudade do violão, sentir necessidade de silenciar pra poder produzir alguma coisa que sirva sinceramente e que venha do meu coração.
TZ: Como está seu planejamento para 2010?

FW: O Cd novo está ficando pronto, com algumas participações especiais e em fevereiro começamos os shows de lançamento pelo Brasil, quero fazer um DVD também esse ano.

TZ: O que você faz pela Paz?

FW: Eu procuro ser uma pessoa de Paz, cultivar em mim a mansidão, a flexibilidade, pra não achar que só meu jeito de viver é o jeito certo, pois ele é certo pra mim, não é obrigado ser pra todo mundo e estando em paz é mais fácil convencer alguém a ficar em paz também.

TZ: O que é ser Zen pra você?

Fw: Ser zen pra mim é conseguir ter equilíbrio emocional e viver a vida dando valor ao que realmente tem valor, enfrentar os desafios tendo esperança de que vale a pena lutar por aquilo que é certo.

TZ: O que é a Vida?

FW: No meu sentimento é uma oportunidade de evolução dada ao homem.

TZ: O que é o Amor?

FW: É a força criadora de todas as coisas benéficas ao ser humano, que se manifesta através da natureza, da água, do fogo, do ar, do sol , é o movimento, é a vida!

TZ: O que te faz Feliz?

FV: Olhar pra trás e ver tudo que já passei, sem corromper o meu sonho de cantar as coisas que elevem meu pensamento e o das pessoas que me ouvem, ver que estou escrevendo minha história e que tenho amigos tão bons que escrevem junto comigo, ter na minha família pessoas especiais, com quem posso contar no caminho, isso me faz feliz, me dá esperança.

TZ: Como é seu processo de composição? Tem um método, uma disciplina, ou é pura inspiração?

FW: Eu escrevo a partir dos sentimentos, seja de tristeza, alegria, saudade, esperança,
baseada em acontecimentos da vida, conclusões, aprendizados, sempre é a partir de algo que senti ou pra alguém ouvir, ou por alguma situação, das vezes que eu não estava sentindo necessidade de escrever e fui tentar escrever pela obrigação de compor, não funcionou de jeito nenhum!
Então penso que meu processo de criação é deixar fluir, sem me preocupar em ter uma obra de trezentas músicas que só cresce, e sim viver as emoções, confiar que a fonte da inspiração não seca, e que enquanto eu não me preocupar com quantidade
nem me envaidecer daquilo que escrevo,sempre vou ter algo bom e alegre a dizer
e cantar .

TZ: Você pode nos falar um pouco sobre a história de algumas músicas suas? O que a levou a compor...como veio a inspiração

Fw:
Passarinho Me Leve:

Na minha varanda morava um passarinho, no lugar da lâmpada (no buraco que tem quando não tem bocal) e eu adorava que ele morasse lá; e uma vez meu irmão Levi expulsou o passarinho de lá porque ele fazia muito barulho.
Tempos depois Levi sofreu um acidente que o deixou tetraplégico, e quando voltou do Hospital ficou em um quarto junto a varanda, e o passarinho voltou pro mesmo lugar, mas ele não podia mais expulsá-lo de lá, então em tom de brincadeira claro, falei que o passarinho tinha voltado por isso,ele sorriu e apesar de tudo o dia estava bonito, sentei perto da cama dele fiz essa música.

Pé de Alegria:
Essa canção eu fiz após superar uma desilusão amorosa e voltar a sonhar novamente com o amor, o amor que eu pudesse realmente dizer “é claro que te quero aonde eu for”.

Boa Sorte:
Essa canção eu fiz pra uma amiga chamada Liz, que é estudante e sempre viajava da Paraíba para o Ceará onde nasceu, e em uma de suas viagens, eu compus pra mostrá-la quando retornasse.

Canção de Esperança:
Fiz essa canção no período em que meu irmão estava na UTI, fiz em casa mesmo, num momento de dor e ao mesmo tempo, um momento de um conforto que simplesmente chega no vento...

Segredos do Mar:
Eu conheci o mar com 16 anos, desde menina tinha muita vontade de conhecer o mar e morava no interior que nem era tão longe do litoral, mas as condições eram diferentes.
Então, com o tempo, fui morar na capital pertinho da praia, e sempre senti essa aproximação com o mar, esse sentimento de liberdade quando olho o mar.
Compus essa canção comparando o mar com a nossa vida, às vezes existem situações que acontecem sem nos avisar, quando percebemos estamos em meio ao temporal e ventania, e é preciso aprender a navegar, esperar o mar acalmar, muitas vezes voltar à beira da praia e recomeçar, tentar outra vez sem garantias de nada, como se todo o nosso tesouro fosse mesmo "a parte que em meu coração se resguardou", ou seja, mais do que a vitória em si, o tesouro é a nossa coragem de ir, de enfrentar, sem saber se vamos conseguir ou não.

Nossos agradecimentos a Flávia Venceslau pela atenção e disponibilidade.
Entrevista concedida a Carlos Alberto Durães.
Contatos com Flávia Wenceslau
e-mail: contato@flaviawenceslau.com.br
http: www.flaviawenceslau.com.br