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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Muito mato pra pouco grilo

Há muito ouro, muita cobiça
A boca seca pela sede de justiça

Há muita fome, há muito nome
É meio-dia e tá atacando o lobisomem

Há muita farsa, tem pouca graça
Breakfast de operário é cachaça

Há muito disso, muito daquilo
Tem muito mato pra muito pouco grilo

Há muita nota, pouco dinheiro
O dobro da metade é quase inteiro

Há muito corpo e pouca tanga
Tem muito galo soltando a sua franga

Há muita fé, muita esperança
Pouco cacique pra tanta pajelança

Há muito filme, muita novela
Tem até santo acendendo a sua vela

Há muita regra, muito partido
E o sono eterno do gigante adormecido

mais letras da adolescência (dos 16 aos 18, quase sempre "alterado"...)

Alguns trechos soltos:


Todo rosto, um gosto que nos faz sorrir
Cada caminho, um destino pra seguir
Cada abraço, um espaço pra se desunir...

Você tem uma fé sincera em sua crença?
Ou só reza quando tem um revólver apontado pra cabeça?

Eu olho para a frente pra andar mais depressa
Caminho para o simples pela parte complexa
Eu vou para o labirinto onde espelhos me esperam
Sigo as setas certas que alguns não quiseram



Existe uma certa cadência na minha pressa
E a esperta inocência caminha perversa...
Por acaso um dia desses me senti traído
Por hesitar em pôr em prática o que tinha aprendido

Eu quero tudo tanto a cada instante
Cantar
Como nossos pais
A ideologia
De uma metamorfose ambulante....

Letras de músicas da juventude.....

Leão de Asas

O sol se esvanece no seu íntimo noturno
Seus lábios são as nuvens de um céu material
Seus beijos em aspas me tornam infiel ao sabor do vinho
O vinho derramado no chão

Deitada tua alma nua
Amando o meu corpo físico
Uma lágrima simples chorando
No espaço ao redor de um círculo

Numa pira a tocha se inflama
Erupção queimando a certeza
O cio valente de um poder escasso
Aço rente ao rio sem cor
Como o descanso de uma reação espontânea

Um grito de agonia e tiros
A benção de um recém nascido
O olhar de um cachorro triste
Alpiste pra um Leão de Asas

Num cenário de nomes vazios e ruínas belas
Nosso gozo mútuo nos ressuscita
Meu sêmen em ti nos imortaliza

Sou o astro-rei do seu íntimo amanhecido
Sou habitante do teu olhar narcisista
Me apresento no seu desejo de me ter

Em que direção você voa?
Em que direção você voa?


Ser...Veja....(uma Ode à cerveja)


Ser...veja...é uma desculpa
Servida em bandeja
Bebida em culpa...
Ou em simples inocência
Uma Ciência
Nem física ou exata
Mas sim...úmida, líquida..linda e loura
Dourada
Não mulher, mas amante
Amada
De espuma, leve camada
Uma bruma
Umas brahmas
Antárcticas
Todas fantásticas

Suavemente alcoólicas
Em mentes alegres...ou melancólicas

Quando de modo vil ou distraído
(sutil mas nítido)
Vem o porre
Onde morre...a timidez
De embriaguez

Tal qual a poção da verdade
Que ao contato com os lábios
Doa uma noção de felicidade
E uma ressaca...aos sábios