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domingo, 2 de maio de 2010

Entrevista cantora Flávia Wenceslau

Flavia Wenceslau generosamente concedeu ao TudoZen esta entrevista , numa madrugada, em meio às gravações de seu terceiro cd, Saia de Retalho, que será lançado em 2010.

Os anteriores, Agora e Quase Primavera, se destacaram no cenário musical pela autenticidade e magnetismo de suas letras e de sua interpretação.

Cantando com o coração vibrante músicas que expressam suas emoções, vivências e sentimentos, sua voz vai ecoando em um número cada vez maior de fãs e admiradores.

Conheça, então, um pouco dessa “Paraibana Universal”, verdadeira força da natureza em forma de música!

TZ: Você tem ligação com alguma forma de religiosidade, alguma filosofia de auto-conhecimento?

FW: Eu sou espírita, sempre tive uma busca espiritual.
Meu pai era evangélico, então na infância eu já recebi dele uma orientação no sentido de buscar algo maior, que dê sentido às nossas emoções e existência. Na adolescência, frequentei algum tempo o centro espírita kardecista, o que me fez muito bem na época, e hoje em dia faço parte de um centro espírita beneficente que se chama União do Vegetal.

TZ: O que você guarda de lembranças e aprendizado de suas apresentações em bares e restaurantes?

FW: O aprendizado importante é saber lidar com o público, com gostos diferentes, aprendi a cantar muita coisa difícil em termos de ritmos e divisões melódicas, o repertório tinha de tudo, então acredito que alguma técnica eu tenha conseguido no exercício de cantar de tudo um pouco; aprendi cantar pra ninguém e pra muita gente com a mesma perseverança e emoção, e outras coisas que contribuíram bem para o meu crescimento e descoberta daquilo que eu quero e gosto realmente de cantar hoje em dia.

TZ: Quando e como você descobriu que era uma cantora e compositora?

FW: Meu pai era músico e me incentivou muito, principalmente na infância, que foi a época onde tivemos mais contato de convivência; e meu irmão mais velho cantava em uma banda que foi onde comecei profissionalmente com 13, 14 anos.
Já compor, eu comecei depois de adulta, a partir da necessidade de expressar a minha maneira de sentir os acontecimentos da minha vida, as pedras do caminho, as alegrias, as minhas esperanças e sonhos, nunca tive pretensão de ser chamada de compositora; fiquei muito insegura de gravar meu primeiro disco com as minhas canções, achava que talvez não fosse dar muito ibope, porque eu escrevo muito sobre o que acontece comigo e hoje em dia descubro que as histórias de todas as pessoas às vezes são muito parecidas, nos nossos anseios e buscas, somos uma só humanidade, moramos em um só planeta e acredito que em algum nível de consciência somos um, embora ainda não estejamos nessa plenitude e embora as coisas e pessoas ainda sejam tão diferentes.

TZ: Quais foram e quais são suas maiores influências musicais ? e de vida?

Fw: Eu sou paraibana, então meus primeiros referenciais são os artistas que eu tive oportunidade de conhecer o trabalho na adolescência, quando faziam shows na Paraíba, como Zé Ramalho, um artista que admiro e me emocionou profundamente com a força da história dele, Elba Ramalho, Marinês, Maria Bethânia, Marisa Monte, Belchior, música boa brasileira de uma forma geral é meu referencial profissionalmente.
E de vida, eu cito meu pai, um homem que era muito sincero naquilo em que acreditava, correto, trabalhador e desapegado de ostentações banais.

TZ: Como é o seu dia a dia...é inteiramente dedicado à música?

FW:Quando não estou viajando, cuido das coisas de casa, pago contas, arrumo meu quarto, levo o carro pra lavar, vou ao mercado, chamo o cara que conserta a antena, visito amigos, faço as coisas simples que todo mundo faz mesmo, sou muito caseira, então, entre uma coisa e outra é que paro pra me concentrar e escrever, mas não é todo dia que escrevo, eu espero sentir saudade do violão, sentir necessidade de silenciar pra poder produzir alguma coisa que sirva sinceramente e que venha do meu coração.
TZ: Como está seu planejamento para 2010?

FW: O Cd novo está ficando pronto, com algumas participações especiais e em fevereiro começamos os shows de lançamento pelo Brasil, quero fazer um DVD também esse ano.

TZ: O que você faz pela Paz?

FW: Eu procuro ser uma pessoa de Paz, cultivar em mim a mansidão, a flexibilidade, pra não achar que só meu jeito de viver é o jeito certo, pois ele é certo pra mim, não é obrigado ser pra todo mundo e estando em paz é mais fácil convencer alguém a ficar em paz também.

TZ: O que é ser Zen pra você?

Fw: Ser zen pra mim é conseguir ter equilíbrio emocional e viver a vida dando valor ao que realmente tem valor, enfrentar os desafios tendo esperança de que vale a pena lutar por aquilo que é certo.

TZ: O que é a Vida?

FW: No meu sentimento é uma oportunidade de evolução dada ao homem.

TZ: O que é o Amor?

FW: É a força criadora de todas as coisas benéficas ao ser humano, que se manifesta através da natureza, da água, do fogo, do ar, do sol , é o movimento, é a vida!

TZ: O que te faz Feliz?

FV: Olhar pra trás e ver tudo que já passei, sem corromper o meu sonho de cantar as coisas que elevem meu pensamento e o das pessoas que me ouvem, ver que estou escrevendo minha história e que tenho amigos tão bons que escrevem junto comigo, ter na minha família pessoas especiais, com quem posso contar no caminho, isso me faz feliz, me dá esperança.

TZ: Como é seu processo de composição? Tem um método, uma disciplina, ou é pura inspiração?

FW: Eu escrevo a partir dos sentimentos, seja de tristeza, alegria, saudade, esperança,
baseada em acontecimentos da vida, conclusões, aprendizados, sempre é a partir de algo que senti ou pra alguém ouvir, ou por alguma situação, das vezes que eu não estava sentindo necessidade de escrever e fui tentar escrever pela obrigação de compor, não funcionou de jeito nenhum!
Então penso que meu processo de criação é deixar fluir, sem me preocupar em ter uma obra de trezentas músicas que só cresce, e sim viver as emoções, confiar que a fonte da inspiração não seca, e que enquanto eu não me preocupar com quantidade
nem me envaidecer daquilo que escrevo,sempre vou ter algo bom e alegre a dizer
e cantar .

TZ: Você pode nos falar um pouco sobre a história de algumas músicas suas? O que a levou a compor...como veio a inspiração

Fw:
Passarinho Me Leve:

Na minha varanda morava um passarinho, no lugar da lâmpada (no buraco que tem quando não tem bocal) e eu adorava que ele morasse lá; e uma vez meu irmão Levi expulsou o passarinho de lá porque ele fazia muito barulho.
Tempos depois Levi sofreu um acidente que o deixou tetraplégico, e quando voltou do Hospital ficou em um quarto junto a varanda, e o passarinho voltou pro mesmo lugar, mas ele não podia mais expulsá-lo de lá, então em tom de brincadeira claro, falei que o passarinho tinha voltado por isso,ele sorriu e apesar de tudo o dia estava bonito, sentei perto da cama dele fiz essa música.

Pé de Alegria:
Essa canção eu fiz após superar uma desilusão amorosa e voltar a sonhar novamente com o amor, o amor que eu pudesse realmente dizer “é claro que te quero aonde eu for”.

Boa Sorte:
Essa canção eu fiz pra uma amiga chamada Liz, que é estudante e sempre viajava da Paraíba para o Ceará onde nasceu, e em uma de suas viagens, eu compus pra mostrá-la quando retornasse.

Canção de Esperança:
Fiz essa canção no período em que meu irmão estava na UTI, fiz em casa mesmo, num momento de dor e ao mesmo tempo, um momento de um conforto que simplesmente chega no vento...

Segredos do Mar:
Eu conheci o mar com 16 anos, desde menina tinha muita vontade de conhecer o mar e morava no interior que nem era tão longe do litoral, mas as condições eram diferentes.
Então, com o tempo, fui morar na capital pertinho da praia, e sempre senti essa aproximação com o mar, esse sentimento de liberdade quando olho o mar.
Compus essa canção comparando o mar com a nossa vida, às vezes existem situações que acontecem sem nos avisar, quando percebemos estamos em meio ao temporal e ventania, e é preciso aprender a navegar, esperar o mar acalmar, muitas vezes voltar à beira da praia e recomeçar, tentar outra vez sem garantias de nada, como se todo o nosso tesouro fosse mesmo "a parte que em meu coração se resguardou", ou seja, mais do que a vitória em si, o tesouro é a nossa coragem de ir, de enfrentar, sem saber se vamos conseguir ou não.

Nossos agradecimentos a Flávia Venceslau pela atenção e disponibilidade.
Entrevista concedida a Carlos Alberto Durães.
Contatos com Flávia Wenceslau
e-mail: contato@flaviawenceslau.com.br
http: www.flaviawenceslau.com.br

terça-feira, 23 de março de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O dinheiro é deles

Claro que não seria uma decisão fácil, outras “trocentas” mil pessoas iam chiar, por já terem apostado na mega sena acumulada da próxima quarta-feira, nunca teríamos cem por cento de adesão, mas....seria um ótimo exercício de cidadania e de humanismo, a nação se colocar no lugar do pessoal de Novo Hamburgo-RS - que efetivamente ganhou o jogo, acertando os seis números, mas que tiveram a surpresa quase inverossímil de não ter tido seu jogo registrado, ou por uma falha humana ou por uma estelionato – e abrir mão da possibilidade de ganhar um prêmio acumulado, outorgando aos devidos ganhadores seus valores autenticamente ganhos, moralmente (no bom sentido desta castigada palavra) ganhos.


A utopia, no mínimo, renderia um ótimo debate.

Na minha modesta opinião, esse dinheiro já tem seus legítimos donos e sem rogar praga, talvez não faça tão bem aos seus possíveis outros ganhadores como faria o cumprimento de uma ação ética e humana.

Provaríamos que não só a Nação, mas o mundo ainda é capaz de surpreender positivamente, mesmo quando isso parece impossível.

Sinto mesmo que qualquer um de nós estará “roubando” de certa maneira os verdadeiros vencedores.

Talvez eu esteja sonhando acordado, mas vejo apenas uma oportunidade de ouro – possível e concreta - de uma redenção não divina, mas terrena, dando ao semelhante o que é do semelhante, também, me permitam, não no caráter religioso e sim, no caráter efetivamente humano, de estarmos todos ainda que distraídos, compartilhando da mesma Terra.

Como uma coisa leva à outra também sugiro este link, sobre uma frase pichada em um muro de Montevidéu: “O Patriotismo é um egoísmo em massa”.

http://revistatpm.uol.com.br/blogs/nosares

Repassar aos ganhadores o que o destino natural lhes reservou, seria um ótimo antídoto e assim poderíamos pichar: “O Humanismo é um altruísmo em massa”.

Mais uma Charge genial do Dálcio do Correio Popular, de Campinas

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ecologia e Política

Recomendo a leitura de artigo do filósofo Leonardo Boff que li no blog do Luiz Nassif.

Bem objetivamente, ele cita dados concretos de natureza ecológica que estão intimamente ligados às formas de fazer política e de viver, da população brasileira e mundial.

Dando uma olhada em alguns comentários da matéria que foram postados, é interessante notar como parece que Boff não é compreendido.

Para algumas pessoas, aquecimento global e tudo o que se refere a ecologia em geral ainda é visto como uma fantasia, um conto de fadas, uma conversa meio hippie que não tem relação nenhuma com o dia-a-dia, com a realidade do mundo.

Acabei de ver o filme "Gandhi" e lembrei de seus momentos de tristeza por não ver sua mensagem de não-violência devidamente compreendida.

Me parece que custa bem caro essa nossa dificuldade de escutar e assimilar, de dar importãncia às mensagens que chegam através de grandes homens, homens que não trabalham pra seu egoísmo e suas questões individuais, mas estão ou estiveram inteiramente dedicados a pensar e agir em nome da coletividade, da pátria-planeta.

O link do artigo:
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/02/19/a-pauta-de-leonardo-boff/