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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Filme “As consequências do Amor”, de Paolo Sorrentino

Do protagonista:
“A vida por si só, tediosa e repetitiva, se torna...na falta da fantasia, um espetáculo mortal”.

Um homem cuja existência foi praticamente anulada pela máfia, ensimesmado, apático e fechado para o mundo – até como forma de proteger o que foi um dia sua família -, capaz de controlar até seu vício (!), embora não consiga lograr o mesmo êxito com a incorruptível cobradora de consciências, a insônia.

“Nunca devemos deixar de ter confiança no homem”, é uma frase que sugere emergir de uma parte do caráter ainda imaculado, mas que torna-se apenas uma armadilha verbal com intenções dúbias, se quisermos ser otimistas. Proferida para marcar a preferência a contadores humanos na conferência de milhões de cédulas de dólares, em detrimento de máquinas, que poderiam fazer o serviço de forma mais rápida, e, talvez, mais confiável.

Mesmo quase desmoralizada, é uma frase forte, que ecoa ao duelar contra a realidade em que está sendo dita.

Ao final do filme, quando está sendo conduzido por seus carrascos – embora ele mesmo tenha se auto-conduzido ao seu destino – ouve-se uma suave e doce melodia, totalmente contraposta à densidade crepuscular da situação :

“Faz falta paixão, muita paciência; geleia de framboesa...e um toque...de inconsciência...”

Belíssima receita de vida!

A rendição ao encantamento de uma bela mulher, destranca todos os cadeados de seu aniquilamento e, ao mesmo tempo, o provoca, de forma real e fatídica.




Quem já amou sabe, que...não se sobrevive ao amor; mas sem ele, não chega-se nem a estar vivo.

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