O termo globalização pode ser definido de muitas maneiras, de muitos ângulos.
Mas após uma observação mais atenta da realidade provocada pelas palavras e pensamentos do geógrafo Milton Santos, a impressão é que a humanidade globalizou apenas alguns aspectos contidos na gama completa de suas múltiplas culturas: a paixão e busca obsessiva pelo poder e a elevação do dinheiro a um status de “deus”, a quem muitos dedicam sua vida e para consegui-lo e/ou multiplicá-lo ad infinitum.
Para maquiar estas verdadeiras molas propulsoras do que chamamos de sociedade moderna, utilizamos álibis como o “progresso da civilização” e avanço tecnológico, que nos permite...o que é que nos permite mesmo, além de comprar e consumir e consumir e comprar?
Propagandeamos o desenvolvimento da capacidade humana, como a medicina por exemplo, que nos permite viver um tempo médio muito maior do que antigamente.
Nos meios de comunicação temos todos os dias números, dados, estatísticas que comprovam que a vida está cada vez mais bela: mais crescimento, mais distribuição, mais empregos, mais longevidade, enfim, tudo positivo, como que a nos fazer crer que estamos no caminho certo.
Como entender então, por outro lado, o aumento da pobreza, da violência, da desigualdade, da fome e outros calcanhares de Aquiles humanos?
Parece haver algo de errado, seja no poder dos Estados, das empresas, dos homens.
O filme de Milton Santos é uma semente destinada a brotar em consciência, para que possamos refletir sobre o mundo que criamos.
Uma semente que parece querer germinar em outras formas de globalização: as formas da solidariedade, e de sentimento de igualdade, apesar de todas as diferenças.
Do Lado de cá, a globalização pode começar dentro de cada um.
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